História em Quadrinhos
No Tio G. tem assim: “História
em Quadrinhos é uma arte, onde funde imagens e textos, com a finalidade de
narrar histórias de diferentes gêneros. Podendo ser fictício ou baseado em
contos ou mitologias.” Boom, se o Tio G. diz quem sois eu para discordar. A
Nona Arte é chamada popularmente de Comic
pelos americanos que significa convencionalmente “cômico”. Porque disso?
Simples! De acordo com os pesquisadores as tiras e sátiras politicas, cartoon e
caricatura foram os primeiros registros publicados. Portanto o humor, às vezes
irônico e sarcástico, era o principal “ingrediente” para essas publicações. Essas
publicações foram como uma espécie de ponto de partida para chegar ao que são
hoje as histórias em quadrinhos.
Outros termos para as HQ’s são: “Literatura Desenhada” (termo que eu mais
gosto), e “Arte Sequencial”. Esses termos foram criados respectivamente por
Hugo Pratt e o desenhista Will Eisner. Os Estados Unidos é o “berço dos
quadrinhos” por assim dizer, pois foram os americanos os pioneiros das criações
de quadrinhos, no entanto não são os verdadeiros criadores dessa arte. Na
verdade, os quadrinhos americanos são basicamente uma forma evoluída das historias
sequenciadas da Europa, no entanto é bem complicado dizer uma origem exata de
qual pais surgiu a primeira hq pois sua origem meio que se perdeu no percurso
da historia.
Sabendo que as tiras de
jornais foram às pioneiras dos quadrinhos os especialistas queriam saber
(porque eles sempre querem saber mais do que já sabem, assim como eu), quais
obras foram às primeiras bandas desenhadas a serem publicadas e a ordem ou
“data de nascimento” de cada uma. Os pesquisadores queriam um pai para os
quadrinhos. A primeira hq que se tem registro é de 1827 feita por Rodolf
Topfer, mas esse primeiro exemplar quase não tem semelhança as hq’s atuais,
para se ter ideia nem mesmo o balão de conversa foi utilizado, era apenas uma
sequência de imagem com um texto descritivo na parte inferior. O titulo “Papai
dos Quadrinhos” ficou com o americano Richard Felton Outcault. Esse cara foi o criador do
personagem Mickey Dugan, mais conhecido
como The Yellow Kid ("O
Garoto Amarelo"), era o personagem principal de Hogan's Alley (foto ao lado). Ele
sempre trajava um pijama amarelo onde suas falas eram transmitidas, porém o
artificio de balões também foi usado pela primeira vez. Sua primeira publicação
foi na revista Truth de 1894 a 1895, mas sua publicação oficial só
aconteceu em 17 de fevereiro de 1895 no jornal New York World. Em 1897
Richard levou Yellow Kid para o jornal New York Journal American, mas a New
York World contratou outro artista para continuar a produzir as tiras,
surgindo assim duas versões do personagem que teve ambas as publicações
encerradas em 1898.
The Yellow Kid de Richard F. Outcault |
Em 1896 Outcault
publicou o primeiro proto-Comic book de seu personagem com trechos das tiras
que eram publicadas nos jornais. O que lhe redeu mais alguns pontinhos para ser
o papai dos quadrinhos. Porem esse não foi o primeiro proto-Comic book
publicado, outras obras, assim como The Yellow Kid, são citadas como as
precursoras das Bandas Desenhadas. Entre estas obras esta o livro do Suíço
Rodolphe Topffer, “Les Amores de Monsieur
Vieux Bois (1827)” que também teve um proto-Comic book publicado. Outra
obra é o livro de ilustração do escritor e desenhista alemão Wilhelm Busch, “Max Und Moritz (1865)”.
As
revistinhas de Comics são geralmente bem coloridas e extremante ricas em
detalhes tanto nos desenhos como na escrita das falas e sons. Sendo assim, são utilizadas
muitas formas linguísticas para transmitir aos leitores todos os acontecimentos
narrados como, por exemplo, o uso das onomatopeias para transmitir ao leitor os
tipos de sons emitidos. Existem diferentes tipos de balões para demostrar qual
personagem estar falando ou os acontecimentos das cenas. A “calha” separa os
quadrinhos e mostra a evolução da historia com as diferentes cenas. Esses são
apenas alguns exemplos, há outras formas de linguagem usada para auxiliar a
compreensão do leitor.
Primeiros Super Herois
As
décadas de 20 e 30 foram as mais importantes para a Indústria dos Quadrinhos. Devido
a grande depressão, durante a crise de 1929, as BD passaram a ser uma forma de
entretenimento agradável e barata, muito popular entre os jovens desiludidos
com a situação econômica que se encontravam. Durante os períodos de guerras, às
vendas de BD só aumentaram e abriram mais espaço para historias de aventura e
ficção científica. As historias também eram usadas para fazer propaganda do
governo norte-americano onde o presidente Franklin Delano Roosevelt
literalmente recrutava jovens soldados para auxiliar no esforço de guerra. O
final do século XIX e inicio do século XX revistas, jornais, programas de
rádio, seriados cinematográficos e outros meios de imprensa começaram a
transmitir para o público, imagens de homens mascarados trajando uniformes e
escondendo suas verdadeiras identidades. Esses homens tinham em comum o desejo
de ajudar o próximo, propagar o bem demonstrando altruísmo e solidariedade. “Dr. Syn (1915)”, “Zorro (1919)”, e “O Sombra (1930)” são algumas obras que
surgiram nessa época. Os protagonistas eram homens misteriosos que lutaram
contra o crime com a intenção de proteger suas cidades.
O
primeiro registro de um herói fantasiado foi na peça de teatro “Pimpinela Escarlate (1903)”. Mais tarde
outras figuras com características heroicas e até poderes sub-humanos passariam
a fazer parte da literatura popular, só que como um elemento dentro de obras de
ficção. O primeiro personagem com super poder foi “Hugo Hercules (1902)” do cartunista William HD
Koerner, o personagem era dotado de uma incrível força que utilizava para
ajudar as pessoas e propagar o bem. A história foi publicada por cinco meses no
jornal Chicago Tribune e teve 17
edições, porém sem muito sucesso. Outro personagem que seguiu essa mesma linha
de poderes foi “Popeye (1929)” de E.
C. Segar. Popeye era um marinheiro apaixonado pela esquelética e tola Olívia.
Na missão de proteger Olívia e aqueles de quem gostava contra seu inimigo, o
inescrupuloso Brutos, o vilão meio atrapalhado da historia, Popeye recorria ao
espinafre. Após ingerir o alimento ele ganhava Super Força e obviamente
derrotava seus inimigos sem maiores complicações, com isso ganhava admiração e
gratidão de Olívia e seus amigos. Outros exemplos são os personagens “Shadow (1931)”; “Spider (1933)”, “John Carter e Tarzan (1912)” de Edgar
Rice Burroughs, Tarzan só ganhou uma tira de jornal em 1928. Em 1936 surgiram
os primeiros personagens que verdadeiramente influenciaram e abriram as portas
para a era de Herois mascarados. Estes foram “The Clock” de George Brenner, sua primeira aparição foi em Fanny
Pages #6, da editora Centaur Publications,
em novembro de 1936; “O Fantasma” de
Lee Falk, publicado diariamente em forma de tiras a partir de fevereiro de
1936, este personagem tem uma grande importância, pois foi o primeiro herói a
usar as famosas vestimentas colantes se tornando o precursor dessa tendência
que é usada até os dias atuais.
Bom,
até aqui estava tudo de boas no planeta azul (tirando que estavam quase
entrando em guerra, o que torna o “boas” em algo completamente idiota), então dois
amigos muito fodões, decidiram que não, não estava nada legal. Levados por essa
ideia eles criaram um novo personagem. Estes eram Joe Shuster e Jerry Siegel, graças às forças do além ou sei lá de onde, eles se conheceram em Cleveland no inicio da década de 30. Eles estudavam nessa cidade, eram colegas na Glenville High School,
trabalhavam no jornal estudantil Glenville
torch e eram consumidos por histórias de ficção científica ou eles
consumiam as histórias, não sei bem como colocar essa frase. Em 1932 Joe e
Jerry, que mais parece dupla de desenho infantil, começaram a produzir a
história de ficção científica “The
Advance Guard of Futuro Civilization”. Hoje essa história é considerada uma
das primeiras publicações desse gênero.
Capa que restou da primeira história
"The
Superman"
|
Em 1933 Joe e Jerry criaram a primeira
versão do seu personagem Superman,
que surgiu originalmente como um vilão com poderes psíquicos que os usava para
manipular as pessoas para tentar dominar o planeta azul. Quando a revista foi
fechada a dupla de amigos se dedicou a outras atividades. Nessa época as Comics
americanas ainda não haviam se tornado tão popular como viriam a ser
posteriormente. Sem ter nada de melhor pra fazer, provavelmente para matar o
tédio Jerry reescreveu Superman. Nessa
nova versão o vilão psicótico foi transformado em herói. Essa primeira historia
foi intitulada “The Superman” e
oferecida a Consolidated Books
Publishing, porém a editora estupidamente decidiu deixar de publicar
Quadrinhos fazendo assim por recusar a história. Extremamente frustrado, pois
ele era um menino que não gostava de receber não, Jerry ateou fogo em todo o
conteúdo de sua história sobrando apenas à capa.
Os
anos que se passaram Joe e Jerry se dedicaram a fazer inúmeras modificações no
personagem e novas tentativas de publica-lo, oferecendo-o a diversas editoras e
empresas, porém todas as tentativas foram frustradas, mas não se preocupem,
pois Jerry não voltou a tocar fogo em mais nada. Em 1938 a National Allied Publications, onde os dois já haviam trabalhado, os convidou para contribuir com um novo
personagem. Eufóricos com a nova oportunidade a dupla apresentou Superman, mas foi graças ao convencimento de Max Gaines, que os executivos da National Allied Publications, Donenfeld
e Liebowitz, publicam o personagem. Superman
foi o primeiro grande personagem de quadrinhos de Super Herói. Tendo sua estreia pela DC Comics, na primeira
publicação da revista Action Comics #1 em junho de 1938.
Primeira edição de Superman
no lançamento da revista Action Comics
Por Vênus
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